Há partidos políticos no Brasil?

Rookie

Discutia um dia desses política com um amigo. Não entendo quase nada do assunto, ainda mais estando longe do Brasil, só recebo compartilhamentos de Facebook com a indignação da classe média no novo escândalo. Meu amigo, contudo, lançou o seguinte argumento:

O Brasil não tem partidos. Não é como os EUA, por exemplo, que possuem ideologia, um partido que vota coeso, um plano de governo. Aqui cada um vota como quer, os partidos servem só para fazer alianças e ganhar ministérios.

Não pude responder, porque não havia base para qualquer opinião nisso, contra ou a favor. Engana-se quem acha que fico satisfeito com o nível “bar” de conversa de política; não posso apenas argumentar citando um caso como prova, sou estatístico, tenho brios. Disse que iria pensar a respeito, e esse post é o que pensei a respeito, minha tentativa de responder a pergunta que vai no título.

Antes de mais nada, esse não é um blog político e esse não é um post político. Se você está buscando gritos de “FORA PT” ou “CHORA TUCANADA”, abra seu Facebook, não este site.

Usando meu comportamento obsessivo, o mesmo que me fez, em maio do ano passado, compilar o mês de aniversário de quase 400 jogadores de futebol, passei algumas horas no site do senado brasileiro e juntei os votos de todos os senadores brasileiros nas decisões da casa no ano de 2012. Não foi fácil, porque o site não é feito para esse tipo de análise. Cada senador possui uma página pessoal, com um arquivo pdf para cada ano e as decisões são escritas nesse arquivo.

Descobri nesse processo que, ainda que o voto seja obrigatório ao brasileiro, não é aos senadores. Existe uma modalidade de voto chamada P-NRV, presente – não registrou voto. O exemplo que dei acima, o arquivo pdf do senador Aloysio Nunes, não foi escolhido por acaso, ele é um dos dois casos de senadores que registrou voto em todas as votações abertas. Se quiser um exemplo do uso de P-NRV, recomendo o pdf de José Sarney, ele votou em apenas três votações abertas. ((Muito provavelmente por ser o presidente do Senado. Ainda que ele não seja impedido de votar, como os presidentes de comissões são em assuntos de sua comissão, Sarney provavelmente prefere deixar seu voto para ser a Minerva nos empates.))

Outra particularidade é a proporção de votações abertas e secretas. Em 2012 tivemos 36 votos abertos e 46 secretos, o que prejudicava um pouco mais minha vida, pois reduzia minha base de dados. Todos os votos, sendo 1 para “Sim”, -1 para “Não” e 0 para a não emissão de voto, por qualquer motivo, você encontra no link.

Em minha análise contei 75 senadores. O leitor atento pode não gostar, pois o Senado possui 81 senadores, mas tive que excluir os que entraram apenas como suplentes em 2012. Muitos começaram o mandato apenas em outubro, a quantidade de informação acrescentada é baixíssima, posso exclui-los sem medo.

E uma vez que tenho essa base de dados (75 senadores em 36 decisões), posso me divertir. A matemática não é difícil, a parte difícil foi caçar os votos no site do Senado. Estamos atrás da chamada matriz de correlação dos votos. Sem entrar em detalhes, essa matriz me diz o seguinte:

Na linha $i$ e coluna $j$ terei um valor. Se esse valor é positivo, o senador $i$ costuma votar de forma coerente ao senador $j$. Se é negativo, eles costumam emitir votos opostos. Quanto mais alto, maior é essa correlação entre eles. Se é muito negativo, eles divergem em muitas decisões.

Usando algumas técnicas interessantes, que infelizmente não cabem em um post nível Rookie ((O autovetor associado ao maior autovalor da matriz de correlação nos dá o primeiro componente principal, o que é o equivalente a saber o quão “governista” ou “oposicionista” um senador é!)) , pude ordenar os senador em “governismo”, ou seja, colocá-los em uma escala de mais governo ou mais oposição. Sem incluir nomes ou partidos, a matriz de correlação tem essa cara:

senadores_1Para ler esse gráfico, basta pensar que quando um quadrado é bem vermelho, então os senadores equivalentes a aquela linha e coluna votam juntos. Se está bem azul, eles costumam votar bem diferente. É claro que a diagonal será bem vermelha, pois ela representa um senador consigo mesmo, e essa é a correlação máxima, uma pessoa sempre vota consigo.

Mas note que há dois grupos bem distintos de senadores. O primeiro bloco, no canto inferior esquerdo, possui alguns pontos vermelhos entre si e é essencialmente azul quando comparamos ao outro bloco. O bloco dominante, o do canto superior direito, também é coerente entre si e profundamente azul com o outro bloco. Nesse gráfico, podemos perceber que no Senado, há bem definidas oposição e situação. Isso fica mais fácil se eu sinalizar esses blocos, de onde conseguimos extrair ainda mais informação:

senadores_2Percebemos mais alguns detalhes aqui. Esse mapa pode ser lido em “blocos”. O quadrado oposição-oposição indica a coerência interna daquele bloco, enquanto o oposição-governo indica o quanto esses blocos diferentes votam juntos. O governo possui muito mais regiões vermelhas, o que indica coesão e correlação entre os votos, enquanto a oposição está cheia de pontos azuis. Isso é a confirmação estatística do que sempre se disse da política atual brasileira, que a oposição não apenas é menor, mas é desunida e não vota de maneira coerente. O governo, no entanto, possui uma larga região coerente e garante, com isso, um senado tranquilo para quem está no poder.

Esse gráfico ainda não responde meu amigo, porque eu não considerei partidos em nenhum momento. Eu descobri dois grupos, e os chamei de oposição e governo, mas apenas fiz isso porque sabia quais partidos eram majoritários em cada bloco. O bloco que contém o PT é o que chamei de governo, enquanto o outro é a oposição; mas vale a pena analisar se esses blocos coincidem com os partidos políticos tradicionais.

Aquela matriz possui uma ordem, eu a ordenei propositalmente para encontrar esses dois blocos; mas agora posso mudar a ordem respeitando os partidos políticos. Como são muitos, anotarei apenas os maiores para que vocês consigam, olhando para os blocos partidários, notar duas coisas:

  • O bloco “interno” do partido, as correlações dele consigo mesmo, situados na diagonal da matriz. Isso dará uma ideia do quão coerente os membros de um partido são com os membros do mesmo partido.
  • Os blocos “externos”, por exemplo, o bloco PSDB-PT nos permite ver o quanto esses dois partidos votaram juntos (presença de vermelho) ou divergiram (presença de azul)

A ordem de todos os partidos, para incluir os omitidos, é: PSDB – PSOL – DEM – PDT – PR – PMDB – PTB – PSD – PSC – PP – PT – PSB – PV – PCdoB – PRB. Esse gráfico já é bem mais interessante. Ele é diferente do anterior porque ordenei as linhas e as colunas para se tornarem blocos partidários, e podemos, com isso, tirar as seguintes conclusões:

  • Os únicos partidos de oposição são PSDB, DEM e, surpreendentemente, PSOL. O senador psolista não apresenta grande correlação com ninguém, mantendo uma coloração verde-água em toda sua linha; infelizmente ele é apenas um e é difícil tirar estatística de um ponto para confirmar a independência política do PSOL.
  • PSDB apresenta razoável coerência interna, mas não se compara à coerência petista. O tom vermelho no bloco interno no PT mostra que o partido costuma votar junto, com raras exceções, sendo Ana Rita, do Espírito Santo, a que mais contraria seu partido.
  • O caso do PMDB é talvez o mais interessante. Compare o bloco interno desse partido com a figura completa, a primeira que coloquei, são quase iguais! A estrutura interna do PMDB é como a estrutura do senado todo, ou seja, o PMDB possui a mesma estrutura partidária que nenhuma estrutura partidária! Esse também é o caso do PR, mas ele possui menos membros e é difícil extrair estatística de poucos pontos.
  • O bloco interno do PDT possui mais correlações negativas que positivas, tornando esse partido o mais incoerente de todo o Senado. Esses senadores mais divergiram que concordaram nas decisões. Estatisticamente falando, eu os teria colocado em extremos opostos na orientação partidária.
  • O DEM é o partido “do contra”. Seu lado da matriz sendo um rio de azul escuro, esse partido faz jus ao título de oposição.

Após a publicação desse post, recebi muito feedback e, em especial, Filipi Nascimento Silva, do grupo de sistemas complexos do Instituto de Física da USP de São Carlos, reproduziu minha análise com alguns softwares mais bonitinhos, um trabalho mais fino, e o resultado é lindo. Ele representa os senadores em um grafo, cada senador é um ponto e, quanto mais próximos os senadores, maior é a coerência entre seus votos. Senadores muito distintos votam drasticamente diferente, enquanto grupos concentrados votam juntos. Ele fez o favor de colorir de acordo com os principais partidos, apresento os resultados:

PartidosFilteredNotamos que, felizmente, sua análise concorda com a minha. Temos dois grupos, um muito mais coeso que o outro, temos o PSDB lutando para ser alguma coisa, o PT profundamente concentrado no centro da região governista, o PMDB espalhado para todo canto e o PDT nos extremos mais diversos do grafo.

Todas essas conclusões são baseadas, infelizmente, em pouca informação; mas acabei me empolgando e provavelmente farei algo mais completo no futuro. Naquela discussão, meu amigo citou o dito do governo ainda imperial, que não há nada mais conservador que um liberal no poder, não posso concordar. A política brasileira atual é mais vasta e complexa, não há apenas dois, há tantos partidos no Brasil, e todos são muito diferentes. Há os que apresentam mais coerência que outros, há os que não parecem querer ter coerência interna, há oposição, há governo, há os que parecem ter sido juntados em um mesmo partido ao acaso, e há os que desejam ser maioria a todo custo.

Esse estudo me convenceu de que há muito a se ganhar se tanto o Senado quanto o Congresso disponibilizarem de forma clara os votos de cada representante. Foi um sacrifício encontrar e extrair esses dados, e acredito profundamente que uma melhora na disponibilidade e exposição desses dados acrescentaria muito ao discurso político. Quanto ao voto secreto do Senado, confesso, incomoda-me. Não questiono o aspecto político do segredo, mas não gosto; se precisasse escolher, pediria para que o abolissem, se não pela transparência e clareza, pela estatística.

203 ideias sobre “Há partidos políticos no Brasil?

  1. Lívia

    Achei seu estudo sensacional. Você testou sua hipótese de uma maneira “simples”e conseguiu expor os resultados (que resultados!) de um jeito super didático. Pra quem gosta de pesquisa e método científico ( \o ) é uma diversão. Muito bom : )

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      1. Álvaro Almeida de Britto

        O Senado francês não é, como no Brasil e nos EUA, a parte do parlamento voltada para o equilíbrio federativo – quer dizer, o contrapeso ao poder dos estados mais populosos na Câmara dos Deputados. Não provém de eleições populares, além do mais. Não penso que seja cabível comparar coisa tão diferentes.
        Porém, de um ponto de vista estatístico, parece mais interessante estudar a Câmara dos Deputados, com seus 513 integrantes. Ou estou enganado?

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        1. Ricardo Marino Autor do post

          Está certo, e concordo que um estudo do Senado francês não poderia ser feito da mesma maneira. Se eu conseguir fácil acesso a um banco de dados dos deputados franceses, talvez me anime a fazer uma versão gaulesa do estudo. Por enquanto, estou focando nos deputados brasileiros.

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          1. Ravell

            Apenas adorei, realmente incrível. Fiquei curioso agora sobre todo o resto, será que a sua matriz geraria facilmente resultados por estado? E comparar com outros países seria realmente interessante, o Congresso, ou ainda a coesão em momentos pontuais, como as votações entre as manifestações de Junho-Julho o recesso parlamentar.

          2. Márcia Aguilar

            mas se focar nos deputados federais brasileiros, creio que a amostragem por estado será possível e os resultados reveladores!! Parabéns pelo estudo!!

        1. rubem lopes

          Na verdade não será necessário votar ao passado, em busca de verbas, digo trocas, toma lá da ca, o resultado não será diferente do que vemos no estudo atual.

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  2. Thiago Kurovski

    Muito, muito bom… eu me lembro que quando houve rumores de fraude nas eleições russas um jornal semanal pegou os dados estatísticos de voto por urna, que lá eram facilmente acessíveis, e fez uma análise provando a fraude. Agora eu me pergunto… se na Rússia de Vladimir isso pode ser feito e é feito, como que no Brasil nenhum jornal fez algo assim, mesmo com os votos dos senadores? Será que nossa população entenderia??

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    1. Ricardo Marino Autor do post

      Hesitei bastante antes de publicar os gráficos no formato atual. Não os acho muito claros, mas não consegui melhorar; não sei como isso caberia em um jornal. Mas a ausência de um estudo desse tipo é gritante mesmo. Nele você entende como é difícil falar em oposição e situação, como há muitos partidos bagunçados e a razão de eles se confundirem tanto para o eleitor; já que não consigo encontrar quem seja capaz de diferenciar o PSB, o PSC ou o PSD.

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      1. Thiago Kurovski

        Uma coisa que seria interessante… descobrir em quais votos as bancadas do PT e do PSDB, por exemplo, se correlacionam mais internamente, e verificar qual o poder dos partidos mais organizados quando realmente querem aprovar alguma coisa. Na verdade, dá para brincar muito com esses dados, mas sem um número maior de votos, fica difícil dizer o que é válido como conclusão…

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      2. Carlos Dias

        Encantado com seu estudo, Ricardo Marino. A imprensa poderia se interessar para melhor orientar seus analistas/comentaristas políticos. E nessa linha patrocinar os estudos, principalmente o trabalhoso e caro levantamento dos dados. Uma boa base de dados dinâmica no tempo, e classificadas em temas, possibilita novos estudos do comportamento do político brasileiro. Meus agradecimentos pela sua generosa contribuição.

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  3. Felipe Dias

    Meu querido, parabéns. Como já zelava Pitágoras, os números traduzem melhor e mais impessoalmente a realidade do que as palavras. Acabas de ganhar um admirador.

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  4. Robert Lee

    Ver FIGUEIREDO, Argelina e LIMONGI, Fernando (2007). “Instituições Políticas e Governabilidade. Desempenho do governo e apoio legislativo na democracia brasileira” in MELO, Carlos R. & SAEZ, Manuel A. A democracia brasileira: balanço e perspectivas para o século 21. Belo Horizonte: Editora UFMG.

    Abraços!

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  5. Davi Rocha

    Ricardo, primeiramente parabéns pelo blog. Ainda não pude ler tudo, mas vou ler aos poucos … rs …. Só uma pergunta: o que quer dizer “O bloco dominante, o do canto superior direito, também é coerente entre si e profundamente azul com o outro bloco” … confesso que não entendi essa parte … o que seria profundamente azul?

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  6. Diego Alvares Garcia

    Parabéns! Sou professor de História e tenho o desafio de discutir partidos políticos sem cair na armadilha do discurso partidário. Para isso criei um curso de História dos Partidos Politicos no Brasil, e as informações que constatou com certeza irão melhorá-lo. Continue obsessivo, precisamos de pesquisadores assim. Um abraço!

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        1. Luís Henrique

          De uma maneira geral, eu não recomendaria a Wikipedia como fonte em nenhum assunto polêmico, particularmente se envolver política. A quantidade de amadores, e, pior, pessoas com peixes a vender, é espantosa.

          E, quando consultando a Wikipedia, é conveniente consultar as “páginas de discussão”, onde os conteúdos não podem ser apagados. Alí a gente vê que a frase famosa de Bismark sobre leis e salsichas também se aplica aos artigos da Wikipedia.

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  7. Pedro Henrique

    parabéns pela iniciativa, gostei muito da forma como analisou e expôs os resultados. você poderia disponibilizar a ordem em que os senadores aparecem nos eixos de cada gráfico? gostaria bastante de ver esse estudo expandido para mais anos e também para a câmara dos deputados, você topa uma parceria?

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  8. Filipi Nascimento Silva

    Olá Ricardo. Caramba, muito legal essa análise! Nunca passou pela minha cabeça pegar esses dados!
    É uma pena que esse tipo de dado precise ser minerado(manualmente na maioria das vezes) ao invés de estarem disponíveis de forma clara para serem usados em em estudos.
    Por curiosidade tomei a liberdade de importar seus dados em nosso software e analisa-los da mesma forma que fazemos com matrizes de correlação de genes obtidos por transcritomas. A metodologia é bem trivial, pegamos a matriz de correlação, transformamos ela em uma rede onde todos são conectados a todos tendo como força dos links a correlação da expressão de cada gene (no seu caso, cada senador). Então projetamos a rede no 2D ou 3D (usando uma algoritmo orientado a forças) de modo que genes(senadores) com padrões similares ficam próximos enquanto aqueles com padrões diferentes entre si ficam distantes. Por ultimo aplicamos um limiar (neste caso 0.35) de modo que somente conexoes com correlação acima desse valor ficam visíveis. Bom dito isso, aqui estão as visualizações: (se tiver algum problema em eu deixar essas figuras disponíveis, por favor me avise que removo imediatamente!!).

    Acho que a visualização ficou legal, deu para deixar evidente varias observações que você fez, como o fato do PMDB estar espalhado na rede, o PT concentrado e PSDB sofrendo para tentar formar uma comunidade coerente. Outro resultado interessante é que a soma das correlações positivas de cada senador (Node strength) correlacionou muito bem com o coeficiente obtido, isso ajuda a evidenciar a tendência do governo de ser muito mais organizado (conectado) do que a oposição.

    Se com essa pequena quantidade de dados já dá para enxergar tantas coisas imagina com um conjunto maior de dados? Será que não dá para fazer algo parecido com deputados (não sei sobre a disponibilidade desses dados)?
    Abraço

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    1. Ricardo Marino Autor do post

      Filipi, seus grafos são lindos e merecem destaque nesse blog, se você permitir. Disponibilizei os dados brutos exatamente com essa ideia, quero mais análise, quero mais debate com fatos, com certezas. E fico ainda mais feliz que suas análises confirmem as minhas, esse é o melhor jeito de fazer ciência.

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  9. Henrique Arake

    Meu caro, caí no seu blog por acaso! Gostei bastante do formato e me deu uma saudade de épocas mais “simples” em que sonhava me tornar físico teórico. De qualquer maneira, esses resultados sao muito bons para nao serem publicados em um paper! Voce fez isso?

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    1. Adam Tamura

      Concordo, isto precisa estar registrado em um paper. Muito interessante essa abordagem e inclusive o formato didático em blog, mas para ter uma validade mais formal e até para fundamentar a crítica em relação à situação política no país isto precisa estar bem documentado.
      Lidar com base de dados públicos é bem frustrante mesmo, tudo muito mal padronizado, isto quando publicado e disponibilizado para acessibilidade remota (quando não se tem que ir pessoalmente pegar dados não digitalizados), mas seria de fato bem interessante estender o assunto para as demais esferas (deputados, vereadores) e até mesmo fazer comparações com governos de outros países.

      De qualquer forma, parabéns pela análise, comprova com números e embasamento científico a fanfarra que são essas votações.

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      1. Fernando

        Realmente, meus parabens pela analise. Realmente isso TEM que ser publicado!!!
        Sou ex-aluno da FGV, e acredito que se voce bater um papo com alguns professores de ciencias politicas do cpdoc, voce pode ter mais facilidade para publicar este paper ( se eh q vc tem mesmo interesse), ja que la existem linhas de pesquisa especificas para estes assuntos – http://cpdoc.fgv.br/pesquisa/linhas. Ou alternativamente, quem sabe o IBRE, nao se interessa pela venda de uma estatistica do tipo (http://portalibre.fgv.br/main.jsp?lumChannelId=402880811D8E34B9011D92C1C7062C34) ?

        Enfim, se vc tem mesmo interesse, posso recomendar algum professor para contato…
        Mais uma vez parabens, e desculpe a falta de acentos!
        Abracos!
        Fernando

        Responder
  10. Luiz Claudio Benck

    Parabéns pelo post, muito bom mesmo.
    Trabalho no Judiciário Federal, digamos com “estatísticas”… pois nossas estatísticas não chegam nem próximo ao seu nível… o principal problema mesmo é o acesso aos dados… que inveja do IBGE. Há mais de 10 anos venho pedindo um DW ao Papai Noel…
    Se houvesse um banco de dados sobre esses assuntos, poderíamos, inclusive relacioná-los com outras informações, como matéria votada, pressão da sociedade/governo, período, etc. Enfim, as possibilidades são muitas.
    Creio que se você desejar publicar um artigo mais formal mesmo, a TI poderia fornecer um xml.
    Abraços!
    Luiz Claudio
    P.S. Informe para nós o software do gráfico, please!

    Responder
  11. Rodolfo

    Ricardo, parabéns!
    Também sou leigo no mundo político, assim como é quase a totalidade dos brasileiros, mas sua análise ajuda a mudar isso.
    É um tanto triste ver que os manifestos vêm sem uma discussão ou conhecimento da causa (ainda assim sao muito importantes!). Como um engenheiro, acredito que o melhor modo de se iniciar um debate é através de números.
    E você constatou outros fatos muito úteis, além das correlações: a maioria das votações foram secretas! E os camaradas lá não são obrigados a votar, mas nós somos, justamente para os escolher. Se é bom pra um, não será bom para o outro?

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  12. Davi Moreira

    Parabéns pelo post!!! Gosto bastante de análises independentes! Sou cientistista político e estudante de estatística, suas concluões corroboram o que há anos é conhecido na academia. Uma pena que o conhecimento produzido pelos pesquisadores da minha área não tenha chegado de forma ampla ao público… Mais uma vez, parabéns pelo trabalho.

    Responder
  13. Robson

    Parabéns cara! Muito boa a sacada. Isso estimulará outras análises! Mas, veja o trecho seguinte: “O bloco dominante, o do canto superior direito, também é coerente entre si e profundamente azul com o outro bloco”. Não ficou claro, acho que você queria se referir ao vermelho, uma vez é a cor do quadrante que se refere e que já tinha falado do azul anteriormente.

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    1. Ricardo Marino Autor do post

      Muito obrigado pelo link, a análise é realmente muito interessante e bonita. Infelizmente ela não revela correlações, apenas comportamentos médios de concordância ou divergência da posição do governo. Não temos, com isso, como PDSB e DEM se relacionam, por exemplo. Mas logo mais terei uma análise mais completa dos deputados federais.

      Responder
      1. Rodrigo

        Eu ia justamente recomendar o Basômetro do Estadão. Ele já era um indicativo do comportamento coletivo dos partidos no Brasil. As coisas são mais complexas do que se imagina e, ao contrário do senso comum, existe sim coerência partidária no Brasil. Este seu estudo ajudou a mostrar melhor isso. Parabéns

        Responder
  14. Felipe Romano

    Ricardo, você é obsessivamente genial. Fico sempre surpreso com a sua capacidade de aliar conhecimento extenso e didática fenomenal com temas interessantíssimos. Achei muito curiosa a característica fractal entre PMDB e o Senado como um todo.

    Responder
    1. Ricardo Marino Autor do post

      Mal sabia eu que um dos membros do Radar é meu veterano da faculdade e almoçou comigo durante um ano na Polytechnique. Teria me poupado bastante esforço na coleta de dados. Prometo um post mais completo da técnica!

      Responder
      1. Vítor Baptista

        Também fiquei curioso em como você calculou o “coeficiente de governismo” na tabela. Tens como resumir aqui nos comentários, ou não é tão simples? 🙂

        Você gerou o primeiro gráfico mapeando as cores com o valor desse coeficiente de governismo, ou é só uma matriz de adjacência com valores normalizados? Não entendi bem porque a escala vai até ~ -0.4…

        Gostei muito da sua análise, parabéns! Estou criando uma ferramenta baseada nela. Quando finalizar, mando o link por aqui…

        Responder
  15. Rafael C.P.

    Muito bom!! Joguei os dados no Weka e rodei um NaiveBayes pra classificar os partidos de cada senador… e a melhor acurácia que consegui foi de 32%, sendo que a matriz de confusão fica realmente confusa com o PMDB hehehe

    === Confusion Matrix ===

    a b c d e f g h i j k l m n o <-- classified as
    6 0 0 1 0 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 | a = PSDB
    0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 | b = PSOL
    1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 | c = DEM
    0 0 0 0 0 5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 | d = PDT
    0 0 0 0 2 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 | e = PR
    2 0 0 2 0 6 2 0 1 2 2 0 0 1 0 | f = PMDB
    0 0 0 0 0 1 1 0 0 1 1 1 0 1 0 | g = PTB
    0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 | h = PSD
    0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 | i = PSC
    0 0 0 0 0 3 0 0 1 0 0 0 0 1 0 | j = PP
    0 0 0 0 1 2 0 1 0 0 8 0 0 0 0 | k = PT
    0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 2 1 0 0 0 | l = PSB
    0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 | m = PV
    0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 | n = PCdoB
    0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 | o = PRB

    Responder
  16. Pingback: Há partidos políticos no Brasil? – Recomendação de Leitura | Sociais & Métodos

  17. Rodrigo Choinski

    Deveríamos cobrar das casas legislativas que publiquem planilhas com todos os votos tabelados de cada senador, deputado, deputado estadual e vereador. Imagine fazer esse tipo de pesquisa com todas as casas legislativas do país considerando até os vereadores… ia ser um estudo de peso.

    Responder
    1. Ricardo Marino Autor do post

      Confesso que a câmara dos deputados federais possui um banco de dados bem melhor (que não é em pdf, por exemplo), mas ainda de difícil acesso e consulta. O jornal Estado de São Paulo parece ter acesso ao banco de dados de forma muito organizada, pois criaram até uma interface gráfica de consulta chamada basômetro, mas a análise deles não é muito forte e deixa um pouco a desejar. Enviei um email a eles e pedi pela base de dados, como um favor de estatístico a estatístico, vamos ver se respondem.

      Responder
      1. Marcelo

        Você PRECISA fazer uma análise com os dados da câmara. A câmara tem mais pontos de dados e é onde a maior parte da política brasileira acontece. Se quiser, eu te ajudo com isso.

        Responder
      2. Leo Jandre

        Achei isso por intermédio de uma amiga. GÊNIAL!!!!
        Continuem com o excelente trabalho e publiquem seus resultados, não apenas nos blog`s, mas também nas revistas científicas e politicas.
        Sinto orgulho e profunda gratidão aos cientistas que aplicam a ciência em prol da nossa vida.
        E espero que possamos começar uma campanha séria para a criação dessa base de dados essencial a transparência democrática.

        Responder
      3. Thiago Kurovski

        Seria interessante, se você tiver os dados do Estadão, descobrir como eles colocam os deputados em bancadas (separadas por interesses chave), para checar o quanto as bancadas tem de estrutura partidária em relação aos partidos.

        Responder
  18. Joao

    http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12527.htm

    (…)

    § 3o Os sítios de que trata o § 2o deverão, na forma de regulamento, atender, entre outros, aos seguintes requisitos:
    I – conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que permita o acesso à informação de forma objetiva, transparente, clara e em linguagem de fácil compreensão;
    II – possibilitar a gravação de relatórios em diversos formatos eletrônicos, inclusive abertos e não proprietários, tais como planilhas e texto, de modo a facilitar a análise das informações;
    III – possibilitar o acesso automatizado por sistemas externos em formatos abertos, estruturados e legíveis por máquina;
    IV – divulgar em detalhes os formatos utilizados para estruturação da informação;

    (…)

    Responder
  19. Otavio Bartalotti

    Interessante a analise. Seria legal obter uma serie para diversos anos. Me parece razoavel que o partido do governo mostre mais coesao do que a oposicao, ja que o governo tem o poder da agenda, e um projeto so segue para votacao no plenario se a mesa diretora assim o permitir. Dessa forma, os votos que observamos nao sao uma amostra aleatoria de todos os votos possiveis, mas uma amostra selecionada, que contem apenas os projetos que foram designados para votacao. Nao me parece inconcebivel que apenas projetos que foram negociados pela base aliada e cujas arestas tenham sido aparadas para garantir apoio da base (e em algumas vezes conseguir votos da oposicao para passagem). Isso parcialmente explicaria a significativa coesao na base e a relativa falta de coesao na oposicao.

    Responder
    1. Nilson Vieira Oliveira

      Excelente artigo e trabalho estatístico. Parabéns Marino.
      O Otavio Bartalotti fez comentários muito pertinentes. Aos dele acrescentaria um aspecto: votações pró-governo muitas vezes são de matérias de interesse para o país e podem ganhar a adesão e concordância da oposição responsável. E isso pode explicar a maior “indisciplina” da oposição. Para aferir adequadamente isso seria necessário criar mais uma variável para atribuir/distinguir matérias com conteúdos mais pragmáticos e pouco partidarizáveis ou ideológicos.
      Obrigado por compartilharem tão bem em favor do conhecimento.
      Abraços

      Responder
  20. Marcelo Fonseca

    Gostei muito. Parabéns ao Rookie pelo esforço.
    Fico pensando se, com as informações disponíveis, seria possível classificar as votações conforme pensamentos políticos da atualidade (como social democracia, trabalhistas, progressistas, etc…) e identificar a correlação dos votos dos partidos e senadores com tais linhas de pensamento ou se apenas seguem a lógica de governo versus oposição.

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  21. Cristiano Pinto

    Parabéns Ricardo, sua análise é muito boa e as conclusões são muito interessantes (corroboram algumas impressões que eu tinha sobre o Senado e os partidos).
    Se me permitir um pitaco, seria interessante verificar como esses dados se correlacionam por estado, uma vez que muitas das votações e decisões são norteadas não pelo partido em si, mas pelo estado ou região de origem dos senadores. Acho que isso se verifica ainda mais na Cãmara, mas certamente deve ser verificada no Senado.
    Continue com seu comportamento obsessivo” nessa área, acho que vai lhe trazer frutos!
    Abs.

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    1. Ricardo Marino Autor do post

      Olá Cristiano. Eu gostaria muito de fazer um estudo aprofundado por Estado, mas infelizmente cada estado possui um número muito pequeno de senadores e, se fazer estatística com os poucos pontos que tenho foi tirar leite de pedra, conclusões baseadas em quatro senadores por estado seriam difíceis de engolir. Vou ver se aumento a base de dados usando tantas boas sugestões que me foram dadas nesses comentários e realizo algo parecido.

      Responder
      1. Thiago

        Ricardo,

        Gostei muito da sua abordagem científica sobre o assunto. Sou engenheiro e adoro política, então preciso fazer algumas (pequenas) observações:

        – São 3 senadores por unidade federativa, o que realmente dificulta uma análise por Estado. Mas para citar um exemplo, o caso dos Royalties é um dos poucos que fazem senadores de partidos distintos votarem da mesma forma devido ao interesse do Estado, e não do partido em si.

        – Em relação aos deputados, o Estado pode ter de 8 (mínimo) a 70 (máximo) deputados, variando de acordo com o tamanho da população, totalizando 513.

        – Se tudo der certo, o voto secreto logo será exterminado da política brasileira, o que vai ajudar e muito em futuras análises como a sua.

        E uma dúvida, mesmo com o problema das votações secretas, creio que não, pois podem ser poucos dados, mas seria possível fazer uma abordagem por tema de votação?

        Bem, agradeço muito a paciência de pesquisar, aplicar uma metodologia e divulgar o resultado da sua análise. Espero que tenha muita paciência para futuros posts.

        Responder
        1. Ricardo Marino Autor do post

          Estatisticamente falando, meu conjunto atual de dados já é tirar leite de pedra. 36 decisões para 75 senadores me coloca com mais variáveis que experimentos, o que é crime em estatística, mas a gente faz o que pode com o que tem. Por isso os esforços de analisar qualquer decisão com mais cuidado não iriam muito para frente, mas se eu obtiver um banco de dados mais amplo, com sorte tentarei algumas análises mais interessantes na câmara dos deputados.

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      2. Luís Henrique

        Você poderia talvez tentar por região geográfica? Aí seriam só cinco, em vez de 27, e a menor delas, a região Sul, tem nove senadores – pouco, mas melhor que três.

        Responder
  22. Luis Gregório Dias

    Parabéns pelo blog, pelo post. e pelo esforço na coleta desses dados!

    Uma pergunta: como você diz, o PMDB parece ser “bloco diagonal”, com duas alas bem definidas (cheme-as de “governo” e “oposição”). Fico imaginando se essas alas são caracterizadas por alguma outra correlação clara (como, por exemplo, os estados de origem dos senadores) ou indica algo mais sutil, como o alcance da “esfera de influência” do vice-presidente Michel Temer.

    []s

    PS – Vou incluir um link para cá nos “favoritos” do meu blog.

    Responder
  23. Wesley Carvalho

    Cara,

    Que ótimo exemplo de uso dos dados. Aqui no Brasil estamos lutando pra obter cada vez mais dados do governo para exploração, pesquisa e monitoramento. Se precisar de ajuda na obtenção, processamento e coleta de mais alguns dados, gritae, inclusive já tenho aqui algumas coisas. 😉

    Abraços e muito obrigado pelo seu post.

    Responder
    1. Wesley Carvalho

      Opa…

      Li o comentário sobre o basômetro e seu interesse pelos dados. Veja que no próprio site do basômetro eles liberam links para os dados, mas os copio aqui pra facilitar:
      votos deputados em 2012
      votos deputados em 2011
      lista de votações na Câmara
      votos senadores (2011 e 2012)
      votações Senado

      Outro projeto interessante sobre o mesmo assunto e que inclusive liberam também os dados já coletados: Radar Parlamentar

      Acho que vai ficar cada vez mais interessante… 😉

      Abraços,

      Responder
      1. Ricardo Marino Autor do post

        Muito obrigado, Wesley. Eu já havia notado esses links, o que me causou aquela pequena angústia de ter extraído dados já retirados, mas acho que não teria encontrado o basômetro facilmente por mim mesmo, então considero o esforço válido. Estou interessado nos dados parlamentares de 2003 para cá (já que estudar correlações partidárias misturando governo FHC e Lula-Dilma me parece bem absurdo), o Estadão parece ter acesso, o Radar Parlamentar cita apenas em 2011, mas mandei um email aos dois, já que a parte de câmara dos deputados do radar só me lança em páginas 404.

        Responder
  24. Lucas Okado

    Olá, muito interessante sua análise. Sou aluno de pós-graduação em ciências sociais e poderia dizer que seus dados produziriam uma excelente dissertação. Infelizmente na nossa área, a utilização de análises estatísticas ainda caminha a passos lentos, principalmente por conta de preconceitos ideológicos (e também porque “cientistas” sociais não aprendem muito bem estatística). Quem se atreve a realizar qualquer tipo de estudo desta natureza é frequentemente chamado de “positivista” e “celebrante do status quo”, mas ainda sim há quem se arrisque! Alguns colegas do nosso grupo de pesquisa têm estudado identificação partidária a nível individual e tem constado que além de existirem partidos no Brasil, boa parte da população brasileira se identifica com eles. Se o assunto realmente lhe interessa, há a disponibilidade de microdados do Estudo Eleitoral Brasileiro (ESEB) disponíveis no Consórcio de Informações Sociais da USP.

    Responder
  25. Aldenir Antunes

    Só um adendo, uma coisa que sempre entendi do comentário “no Brasil não há partidos” e da incoerência de propostas e não da incoerência partidária. Exemplo, uma lei é apresentada em um dado governo. O partido A, de oposição vota contra, enquanto o B (situação) vota a favor. Supondo que a lei não seja aprovada. Então o governo muda. A e B se invertem entre oposição e situação. Uma lei muito similar é proposta. Então A vota a favor e B vota contra. Acho que esse seria um problema. Isso fica claro (chute meu), principalmente em situações populistas. Ex: O governo não quer aumentar o salário mínimo devido as contas e dívidas. Então a oposição vota a favor do aumento para deixar a situação do governo desconfortável. O problema é que eu realmente não saberia dizer como usar um método para comparação e aproximação das leis. Um caso mais polêmico foi a última eleição presidencial onde dois candidatos “a favor do aborto” se tornaram apoiadores e totalmente contra tal ato.

    Responder
    1. Ricardo Marino Autor do post

      Olá Aldenir. Se eu entendi bem sua perguntas, fique assegurado que não considerei quem diz Sim e quem diz Não, mas apenas quando dois senadores dizem Sim ou Não ao mesmo tempo. Ou seja, não importa o ponto de vista defendido, estou apenas estudando quando dois senadores votam juntos ou divergem. A definição de governo e oposição é feita ad hoc, ou seja, só porque percebi que há dois blocos claros de gente que vota junta, um com PSDB e um com PT, fica fácil fazer a relação com governo e oposição.

      Responder
      1. Eduardo

        Estava lendo todos os comentários antes de opiniar, justamente porque imaginei que alguém teria pensado a mesma coisa. Coerência partidária não implica necessariamente em coerência ideológica. Questiono isso porque parte da crítica do seu amigo era sobre a coerência ideológica americana. Para conseguir mensurar a coerência ideológica deveria haver algum tipo de julgamento sobre a ideologia que determinado voto representaria, o que já é difícil. Além disso, o objetivo do processo legislativo existe justamente para reduzir a incoerência até um ponto que seja aprovado. Não dá para ter uma visão completa da ideologia porque a proposta muda. Mas fica a ideia e os meus parabéns pela paciência e dedicação ao estudo.

        Responder
        1. Marcelo P

          Exatamento o que eu estava pensando. Coerência entre os senadores de mesmo partido mostra uma coordenação do partido, mas não consistência ideológica, o que imagino fosse o ponto central do amigo do autor. O DEM, por exemplo, é contra um particular tipo de ideologia ou simplesmente vota contra o governo? De qualquer maneira, essa avaliação é muito mais difícil, porque cada proposta teria que ser classificada por corrente ideológica.

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      2. Aldenir Antunes

        É que eu escrevo mal mesmo :(. O que eu quiz dizer é que o problema (ao meu ver) não é necessáriamente a coesão e sim a falta de ideologia. Partidos como PSDB e PT defendiam propostas similares, assim como PMDB (bem na teoria), diferentemente de PFL, PL e PP, no entanto o que acontece é tudo ser resumido a esfera oposição/situação. O exemplo foi justamente propostas que seriam apoiadas por partes dos partidos de oposição e situação e na verdade o que ocorre é o contrário, um partido muda seu alinhamento de acordo com suas alianças e não de acordo com suas propostas. (Um exemplo claro é o PT votando contra a CMPF na oposição e a favor na situação e o PSDB fazendo o contrário)

        Responder
    1. Ricardo Marino Autor do post

      Sim, está, e admito que mais fácil que os pdf’s que usei. Ainda, a estrutura é similar, tenho que selecionar manualmente cada proposta e extrair os dados de cada pdf. Minha bronca é muito em parte com o formato e a maneira de exposição, esse pdf não ajuda, e, ainda por cima, todos têm o mesmo nome. É difícil automatizar isso (sem ser um guru da computação), qualquer tomada de dados leva um bom tempo.

      Responder
  26. Alexandre

    O Brasil não tem partidos. Não é como os EUA, por exemplo, que possuem ideologia, um partido que vota coeso, um plano de governo. Aqui cada um vota como quer, os partidos servem só para fazer alianças e ganhar ministérios.

    Eu concordo com a premissa do seu amigo (“o Brasil não tem partidos”), mas discordo do argumento.
    Primeiramente vale a pena salientar que os partidos nos EUA votam de forma coesa, porque houve uma radicalização dos Republicanos nas últimas décadas. Já não existe Republicano “moderado” que vota com os Democratas em atos legislativos importantes, enquanto há muitos Democratas (os chamados “Blue Dogs”) que votam sem problemas em propostas de cunho direitista.
    Como você mostrou, cada partido vota coeso, mas vota coeso por ideologia ou para manter/tomar o poder? Se vocês pegaram nas posições políticas do PT na oposição e no governo, verão que o PT não é coeso com o PT. Quando estava na oposição, era bem mais esquerdista e agora adota políticas mais à direita.

    É um trabalho herculeano, mas a questão proposta só pode ser respondida com dados históricos buscando votações dos partidos quando são situação e oposição. Além disso, é preciso posicionar ideologicamente cada votação. Eu não tenho a menos dúvida que um partido de direita como o DEM é capaz de achar uma desculpa para votar contra uma proposta de cunho direitista do PT só para ser do contra, bem como o PCdoB poderia fazer o mesmo com o PSDB. Acredito que o PSOL, um partido sem aspiração de sr governo, vota mais ideologicamente que os demais.

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    1. Thiago Kurovski

      Mas aí é uma questão completamente diferente! Uma coisa é a existência de partidos, blocos organizados de políticos… outra é o que guia as orientações desses partidos, se é uma base ideológica ou alguma outra coisa mais pragmática. O problema dessa análise é que é muito difícil classificar as propostas por ideologia de forma objetiva e unânime. A única forma de resolver o problema seria caçando propostas idênticas que foram votadas duas vezes, mas não acho que existam tantos dados desse tipo.

      No entanto, mesmo com essa ausência de dados estatísticos, eu devo concordar que os partidos brasileiros certamente não são guiados por uma base ideológica NO LONGO PRAZO, mas nesse ponto os partidos americanos (e russos, e franceses, e ingleses, etc) também não são. Não existe nada do Partido Republicano de Lincoln, e pouco do de Eisenhower no Partido Republicano de hoje, e um Democrata da New Deal se sentiria absolutamente fora de casa dentro do Partido Democrata de hoje. No nosso caso, a coisa é ainda mais claro, porque a política brasileira sofreu inúmeras rupturas desde 1950 (nos últimos anos, tivemos impeachment, Plano Real, instituição da reeleição, Apagão e inúmeras outras trapalhadas do governo FHC2, Mensalão, etc).

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    2. Luís Henrique

      Acho que em país nenhum do mundo é diferente. Partidos políticos são partidos políticos, não partidos ideológicos. Há sempre uma estrutura ideológica por trás (mesmo em coisas como o PRTB), mas não dá para governar – ou mesmo fazer uma política consequente de oposição – sem levar em conta a realidade.

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  27. Rafael Parpinel Cavina

    Bravo Ricardo, muito bom!

    Nunca manjei muito de política, mas seu post me deu uma visão completamente nova sobre o assunto e sobre os partidos políticos brasileiros.
    Sei que isto é ainda mais penoso em termos de extração de dados, mas imagino que muita coisa interessante apareceria se fosse prático analisar da mesma forma deputados estaduais em cada estado e vereadores em cada município…

    É um fato que as maiorias em cada estado (falando em população) votam diferentemente e acabam por colocar proporções bem distintas de partidos em cada câmara de deputados estaduais, isso talvez permitiria analisar como partidos de oposição ou situação (relativo ao governo federal) se comportam nas esferas estaduais onde os partidos que governam são outros, ou ainda o comportamento na esfera municipal 😛

    Parabéns de novo pelo post!

    Responder
    1. Ricardo Marino Autor do post

      Olá David. É uma técnica bem comum no estudo de correlações tomar o maior autovalor da matriz de correlação e estudar seu autovetor associado. Este dará, para cada senador, a direção e intensidade da maior variância. Com isso, consigo alinhar os senadores de acordo com a distância típica da média, isso me permite, em uma primeira análise, criar a ordem que você encontra na matriz de correlação. Quando realinho a matriz usando a ordem dada pelo componente do autovetor associado ao maior autovalor, terei a matriz que você vê no post, revelando grupos coerentes de votação.

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  28. Diego M

    esse estudo tem que ser compartilhado! excelente, parabéns pela disposição e capacidade de expor informações difíceis para um público leigo com tanta clareza.

    Responder
  29. Vitor Lacerda Vasquez

    Recebi seu post de um amigo engenheiro. A tratativa dos dados é muito bem feita, mas devo deixar minhas considerações. Em primeiro lugar, como método, que aliás foi muito elogiado aqui. A pergunta de partida “se há ou não partidos no Brasil” não é compatível com os dados verificados. Ora, se não são partidos o que são? Em segundo, o que foi feito foi uma pesquisa de alinhamento partidário num momento muito específico e numa região igualmente limitada: senado no atual período. Existem pesquisas de fôlego que permitem conclusões consistentes, caso a procura seja essa. Permita-me apresentar o CESOP, http://www.cesop.unicamp.br/site/htm/apre.php, grupo que anos a fio explora exaustivamente a opinião pública, principalmente política. O meu comentário tem uma pretensão um pouco maior. Precisamos deixar claro que é impossível analisar esses dados pela partida proposta sem prévio conhecimento em ciência política. Pessoas dedicam uma vida toda a esta disciplina e isto não é a toa. Questões como essa dos partidos, envolvem conhecimentos muito mais complexos como formação dos partidos no Brasil, análise política pós redemocratização, especificidades de cada esfera [nacional, estadual, municipal, executivo, legislativo etc.], apenas para deixar alguns dos múltiplos temas envolvidos. Em resumo, conclusões precoces a partira desta mera tratativa, sem enquadrá-la em nenhum plano teórico e sem deixar claro, portanto, as limitações da pesquisa, têm grande chances de serem equivocadas. Meu intuito não é ser agressivo e tampouco de desmerecimento do trabalho , mas da necessidade de auto-afirmação das humanidades, para deixar transparente que não se trata de especulação, e sim de grande esforço científico. Por isso não podemos cair na tentação de encará-las a partir do senso comum.

    Responder
    1. Ricardo Marino Autor do post

      Olá Vitor. Longe de mim querer substituir o trabalho das ciências sociais com essa brincadeira estatística de multiplicação de matrizes! Não respondi a pergunta do título, nem pretendia, o que fiz foi mostrar que raciocínios simplistas como o de meu amigo não resistem nem a uma análise leve do ponto de vista estatístico. Não conheço política o suficiente e ataquei o problema com as ferramentas que tenho, afirmei o que pude através dos dados que obtive da coerência interna dos partidos pelas votações, nada posso afirmar de ideologia, manobras políticas, história, visão, missão ou alcance desses partidos; posso apenas, como fiz, dizer que fulano votou bastante com ciclano no ano de 2012. Quem obtiver qualquer outra conclusão desse post está tirando leite de pedra.

      E obrigado pelo site! Sempre quis ter em mãos reais estatísticas sobre assuntos populares, esse link é um achado!

      Responder
      1. Fernando

        Eh por esse tipo de comentario que acho a publicacao, orientada por alguem da area, imprescindivel!
        Seus dados sao muito bons para ficarem apenas no blog…

        Responder
  30. Victor Cesar

    Muito bom o texto. Através dele você me comprou para acompanhar o seu blog. Gostei muito da modelagem matemática aplicada a situações não exatas.

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    1. Edson

      me passou uma ideia aqui, reunir dados e aplicar esse métodos em diversas informações, posso reuni-las e disponibilizar um lugar para gerar informações diversas para os cidadãos que querem conteúdo além do “bar” para se posicionar politicamente, já vi alguma iniciativas na internet, mas nada baseada em dados reais, vindo de dados do governo, o que vc acha?

      Responder
  31. joão

    Caro Ricardo,

    Excelente trabalho!
    Não li os outros posts, e talvez não seja o primeiro a dar essa ideia, mas que tal se essa “empolgação” tua com os dados levasse a estender a análise pra outros mandatos?
    Queria muito saber como era um cenário desses nos mandatos do FHC, quando a estrutura política -assim se acredita- era talvez menos dispersa.
    Talvez traga resultados bem interessantes (mesmo que não contrariem o senso comum)!

    Lembrando que esse tipo de trabalho não é mera “satisfação de curiosidade”. É preciso levar mais informações objetivas às discussões políticas, para despartidarizar um pouco as pautas, e poder discuti-las como, de fato, políticas públicas de maneira universal (e não apenas como ideias de “partido X” ou Y).

    abraço

    Responder
  32. Carlos Eduardo

    Olá, Ricardo. Gostei muito da sua análise, e gostaria de, se possível, vê-la aprofundada utilizando outras correlações. Digo isso porque há matérias propostas em que se formam partidos paralelos com base em interesses pontuais, que misturam a oposição e a base governista, ex: Código Florestal (bancada ruralista X bancada “verde”), Mais Médicos (Bancada Médica X o resto), PL 122 (Bancada Cristã X Bancada Homossexual), Propostas Orçamentárias (conflito entre bancadas estaduais) etc. Você sabe precisar qual seria a dificuldade de se fazer uma análise como esta?

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    1. Ricardo Marino Autor do post

      Essa questão me interessa bastante, mas só conseguirei fazer um estudo parecido com os deputados, onde esse tipo de subgrupo (ou supergrupo), evangélicos, ruralistas ou ambientalistas, é mais presente e o espaço amostral me permite.

      Responder
  33. Frank Jones Migliano

    Gostei do estudo, e mostra algo que já se sabe, existem alguns poucos partidos mais coerentes com suas direções e outros fisiologistas que servem apenas para garantir o quociente eleitoral ou maior tempo de TV para determinados senadores/deputados.

    Sugiro buscar dados do diap (http://www.diap.org.br/) que possui amplo estudo sobre atuação do Congresso, e análises qualitativas sobre atuação dos parlamentares.
    Também acredito que a Câmara representa um pouco melhor pela quantidade de membros e é possível avaliar melhor posições e partidos ideológicos menores como PSOL e PCdoB, bem como os partidos de aluguel PSC, PTN, etc.

    No final, esta pesquisa mostra que é fundamental fortalecer os partidos e sua coerência ideológica, para evitar a confusão que há no cenário eleitoral, melhor forma de isso ocorrer é com a lista fechada para as disputas proporcionais, dessa forma você aumenta o poder dos partidos e reduz o poder do indivíduo, priorizando ideias de grupo à personalismos.

    O fim das coligações proporcionais também é uma maneira de ajudar a manter coerência, no máximo a possibilidade de uma federação de partidos, mas que não pode ser regionalizada, e deve ter prazo mínimo do tempo de mandato para que possa ser desfeita.

    Infelizmente as pessoas acreditam que parlamentares tem como função obter verbas para seu município e se esquecem do primordial, fiscalizar o executivo e legislar de acordo com as convicções da plataforma que o elegeu.

    Responder
  34. Neto

    olá, Ricardo Marino, muito legal seu trabalho, se me permitir, usarei como exemplo em minhas aulas.
    acredito que se você fizer um trabalho correlacionando as bancadas (ruralistas, evangélicos, profissionais liberais, …) encontrará algumas correlações interessantes do ponto de vista social.
    sobre a opinião do Vitor Lacerda Vasquez, isso sempre acontece ao pessoal de humanas. eles pouco analisam números, se preocupam mais com o discurso, é outra forma de análise, muito válida também, tanto que uma costuma ser usada para validar a outra.
    você usou qual software para fazer as análises? foi o Scilab?
    Grato
    Neto

    Responder
    1. Ricardo Marino Autor do post

      Honestamente, acho a apresentação do Estadão linda, mas a análise não tem espaço para ser completa. Eles devem apresentar toda a informação em um gráfico simples, eu tenho espaço para matrizes, textos, figuras comparativas. O gráfico que eles mostram nos diz o quê, exatamente? Que o governo tem um apoio sólido e constante exceto em algumas votações excepcionais, mas é difícil extrair mais informação que isso.

      Responder
  35. Jordan Silva

    Muito bom o post! E ele confirma o que todo mundo que acompanha a politica sabe: o PT eh o partido mais unido, o PSDB/DEM sao contra o PT (nao importa o assunto), o PMDB eh governista (aliado a quem esta no poder ou a quem parece que vai ganhar o poder nas proximas eleicoes) e a grande maioria dos partidos nao sabem o que sao.

    Responder
  36. Débora da Cunha Piacesi

    Olá Ricardo! Parabéns pelo trabalho! É extremamente interessante ver as possibilidades de aplicação de metodologia quantitativa a esses temas. Estou escrevendo uma tese que analisa a motivação declarada para o direito de punir, o que, no meu caso, significa analisar a política criminal definida pela Câmara e Senado de 2006 a 2010, no Brasil e em Portugal. Quando se trata do uso político no direito de punir, as divisões partidárias se comportam de forma peculiar. Minha metodologia é qualitativa – análise crítica do discurso, mas a construção do banco de dados de projetos e justificativas lei toma tanto tempo… Preciso confessar que seu trabalho me gerou a angústia do desperdício de tantos dados que eu coletei e não sei tratar assim. Fico esperando pela análise da Câmara dos Deputados. Parabéns pelo site.

    Responder
  37. Luciano

    Cara, vejo uma boa intenção, mas uma análise bem fraca. Os gráficos são bem confusos. Este comportamento é esperado no senado, ali está a representação das unidades da federação, um contraponto aos deputados, os interesses regionais são/devem ser preponderantes, é a maneira de garantir o equilibrio do poder. Um estudo interessante seria medir esta correlação para os deputados…

    Responder
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  39. Osmar Oliveira

    Excelente trabalho e é claro que é possível criar um software que faça esse trabalho incessantemente.
    Basta agora vc. realizar as mesmas operações quanto ao que cada um dos senadores e seus partidos receberam do governo como recompensa por seus alinhamentos nas votações cujo interesse do governo dependia de maioria absoluta. Óbvio que não se trata de partidos com linhas ideológicas claras ( ideologia no sentido de ter vetores e parâmetros quanto à representatividade e destinos do país como um todo).
    O mesmo quanto ao custo do Senado como um todo e o totum pago exclusivamente aos senadores.
    Que tal se restringir à Câmara no que se refere ao Mensalão?

    Responder
  40. Leandro Marinho

    Interessante seu estudo, mas ele tem como base de dados apenas um ano de votações, ou seja, as inclinações partidárias não mudam neste tempo. Seria interessante, porém difícil, fazer este estudo com uma base de votos maior, contendo outros anos.
    Acho que a crítica de seu amigo procede, pois o que percebemos, é que realmente não importa a ideologia dos partidos, e sim que grande parte dos políticos, é sempre governo. Se tivéssemos uma base de votações de outros anos, poderíamos talvez enxergar isso de forma melhor.

    Responder
  41. Cláudio Gonçalves Couto

    Ricardo, parabéns pelo seu trabalho. Ele é muito interessante. Sou cientista político e me dedico cotidianamente a estudar e ensinar questões como essa, sobre a qual você se debruçou. Seu tratamento dos dados é muito revelador.
    A indicação do Basômetro, que um outro leitor lhe fez, é realmente válida. Além das médias, eles disponibilizam no site os dados das votações nominais, que podem ser trabalhados por você. Além dos dados do Senado, há também os da Câmara, desde o início do primeiro governo Lula.
    Abraço.

    Responder
    1. Ricardo Marino Autor do post

      Olá Claúdio. Fico feliz que tenha gostado, isso vindo de um profissional na área tem outro valor. Não conhecia o basômetro até o feedback desse post, se soubesse, teria me poupado muitas horas! Entrei em contato com eles e espero ter logo acesso à base de dados completa para poder tratar melhor essas correlações e melhorar minhas conclusões. Muito obrigado!

      Responder
  42. Rafael Marzall Zanotto

    Só tenho uma crítica ao teu estudo. A escala de cores deveria ir de -1 até 1, mesmo não tendo dados menores de -0,5, pois assim teríamos como mensurar a “raivosidade” da oposição.
    Mas de resto está muito boa.
    Um amigo, que não é das exatas, teve um pouco de dificuldade, pois ele acho que era todos em relação ao líder ao invés de todos contra todos. Acho que este ponto poderias deixar mais claro.
    E gostaria de ver isto aplicado nos deputados federais e estendido aos mandatos de cada governante: FHC 1, FHC 2, Lula 1, Lula 2 e Dilma, para ver o comportamento geral das casas. Ou ano a ano.
    Então,
    Parabéns pelo maravilhoso trabalho.

    Responder
    1. Ricardo Marino Autor do post

      Concordo plenamente, e pretendo usar uma escala melhor nos próximos gráficos. Estamos tão acostumados a ler esse tipo de matriz que esquecemos a dificuldade desse gráfico. Pretendo colocar branco como zero, vermelho e azul como extremos, se isso não ficar muito como a bandeira da França.

      Responder
  43. Eduardo

    Olá! Parabéns pelo trabalho! Está muito bom.
    Para contribuir, imagino que o Sarney tenha votado tão pouco em 2012 porque ele era o presidente do Senado. Pelo que lembro ele se mantém neutro nas votações e só participa em caso de empate. Posso estar enagando em algum detalhe, mas a essência é esta.

    Abraço!

    Responder
    1. Ricardo Marino Autor do post

      Eu sei que o regimento interno do Senado obriga os presidentes da comissões a não votarem nas propostas que dizem respeito a sua comissão, mas o do Senado não tem esse impedimento. Você provavelmente tem razão, ele deve se abster por tradição. A menção não foi uma crítica, talvez tenha parecido, vou provavelmente editar esse trecho.

      Responder
  44. Markus

    Parabéns Ricardo, ótima análise. Proponho que você faça algo similar agrupando os senadores por estado e região geográfica ao invés de partido. Em tese, os senadores são os representantes dos estados, enquanto os deputados são os representantes do povo. Assim, seria de se esperar que os senadores votassem alinhados com o interesse dos seus estados e regiões.

    Responder
  45. allan martins

    Ola Ricardo, mesmo com tantos parabens já dados, não posso ficar de fora. Parabens!! Seu estudo me deu esperanças de uma análise verdadeira da política. Creio que aliando este tipo de análise numérica com a experiência de pessoas da área social, existe a possibilidade de uma inovação enorme na forma de se analisar política. Alem do mais é um atalho para entender o que se passa sem precisar de filtros de discursos partidários, como ja disse um colega ai nos comentários.
    Sou da área de processamento da informação trabalhei com técnicas de clustering, análise de dados, PCA, ICA, etc… Fico a disposição, e me sentiria muito feliz, em ajudar se voce for fazer mais algum estudo como este. Como voce falou a parte mais difícil é coletar os dados.

    Mais uma vez parabens!!

    Responder
    1. Ricardo Marino Autor do post

      Fico feliz que tenha gostado Allan, e muito obrigado pela disposição! Felizmente consegue entrar em contado com o grupo do Radar Parlamentar e eles forneceram um belo banco de dados, meu presente de natal antecipado.

      Responder
      1. Amanda de Albuquerque

        Não sei se você foi atrás das informações de voto na Câmara dos Deputados. Elas estão disponíveis no site em formato xml no seguinte link.
        http://www2.camara.leg.br/transparencia/dados-abertos/dados-abertos-legislativo/webservices/proposicoes-1/ProposicoesVotadasEmPlenario

        A partir dai você consegue o id de todas as proposições votadas entre 2011 e 2014. E nesse outro link você consegue a votação específica de cada proposição.
        http://www2.camara.leg.br/transparencia/dados-abertos/dados-abertos-legislativo/webservices/proposicoes-1/obtervotacaoproposicao

        Programei isso usando VBA e funcionou perfeitamente.

        E parabéns pelo trabalho. Muito interessante! Estamos realmente precisando nos ater mais ao que acontece no nosso Congresso e aprender a cobrar o Legislativo.

        Responder
  46. Henrique Andrade

    Achei muito legal seu estudo, mas discordo de uma das conclusões apontadas. Ao olhar para o primeiro gráfico eu não afirmaria “a oposição não apenas é menor, mas é desunida e não vota de maneira coerente”. Eu entendo que coerente é “aquele que age com coerência, de acordo com a lógica ou com seus princípios ou suas ideias, ou suas decisões e escolhas anteriores”. Nesse caso, ao apontar falta de coerência na oposição está se partindo de uma premissa falta de que ela teria um conjunto de princípio, ideias e trajetória em comum, o que sabemos que não é o caso pois o bloco de oposição apresentado no primeiro gráfico une não só partidos antagônicos como PSOL e DEM como políticos “isolados” em seus distintos partidos governistas. Dessa forma, eu trocaria a palavra “coerente” por “coesa”, que significa “harmonia e equilíbrio entre as partes de um todo ou entre membros de um grupo”, e é isso que vemos no citado gráfico.

    No mais, gostaria novamente de parabenizá-lo pela análise e somar meus votos para que os dados das ações governamentais sejam publicizados de forma mais organizada para que a transparência seja real e pesquisadores não precisem gastar revirando pdfs em uma espécie de arqueologia da era digital.

    Responder
  47. Rodrigo Assunção Rosa

    Muito interessante seu estudo. Se fizer baseado em fundamentação teórica é digno de publicação em revista científica.
    Outro aspecto que seria interessante de analisar é a relação dos senadores não somente em favor/oposição a uma ementa de um senador, mas também em relação a seu conteúdo.
    Acredito que as Ementas possam ser categorizadas de acordo com os tipos de decisões tomadas, algumas dizem respeito a indicações de cargo, outras vão estar ligadas a estabelecer ou reduzir alíquotas em determinado tipo de imposto, entre outros. A partir disso poderia se criar diversos quadros possíveis divididos por categorias de assuntos das ementas e poderiam se encontrar outras relações implícitas.
    Um estudo mais profundo e que exigiria maior conhecimento teórico e interpretação poderia ser feito para analisar se as ementas possuem características de esquerda ou direita e se esse conteúdo estaria de acordo com a concordância dos senadores de esquerda e direita.

    Responder
  48. Carlos

    Ricardo, parabéns pela iniciativa. Não li todos os comentários, então peço desculpas se estiver redundando em coisas ditas por outros leitores.

    1. A título de sugestão, como vi em alguns posts, recomendaria fazer uma análise dos dados de votações dos deputados federais. Você pode protocolar um pedido de acesso a informação no site da Câmara, solicitando as votações nominais dos parlamentares para o período que desejar. Eles vão te fornecer isso numa planilha razoavelmente organizada. Depende um pouco do quanto você especificar o seu pedido. O retorno deles não tende a ser muito demorado. Se quiser, posso te dar uma mão nessas questões (meu objeto de estudo é o Legislativo);

    2. Seria mais interessante analisar a Câmara porque eles têm menos votações secretas (os senadores têm a prerrogativa de aprovar indicações para agências reguladoras, indicações de embaixadores e magistrados de cortes superiores, que são feitas por meio da votação secreta). A rigor, o voto secreto é útil em algumas situações, principalmente naquelas em que o Legislativo deve ter condições de garantir sua independência a despeito das pressões à disposição do Executivo (votação de vetos e indicação de autoridades). É uma maneira de ter pesos e contrapesos no jogo democrático. Não é ótimo do ponto de vista da prestação de contas, mas prefiro que exista ao menos essa possibilidade de independência entre os poderes do que dar ainda mais ferramentas para o presidente exercer pressão sobre o Parlamento. Por outro lado, o voto secreto não se justifica em situações em que o Congresso deve fazer o controle sobre si próprio, como é o caso das cassações de pares, por exemplo. Enfim, acho que é uma questão de separar um pouco as diferentes questões às quais se aplica o voto secreto e analisar muito bem as consequências em cada caso.

    De qualquer maneira, parabéns pela iniciativa. Um abraço.

    Responder
  49. Rodrigo da Silva Rocha

    Apesar de interessante, esse post não responde a pergunta que se propõe a responder, sobre a existência ou não de partidos políticos no Brasil. Pois ele analisa apenas a coerência dos votos em assuntos “governo” e “oposição”, mas não em questões ideológicas. Assim, o que ele acaba investigando é se no Brasil existem ou não blocos de políticos buscando poder por meio do combate a adversários de outros blocos. O que de fato, existe (mas, até ai, blocos de poder contrariando uns aos outros apenas por birra é algo que existe no Brasil desde o primeiro reinado). Para se debater se esses blocos são ou não partidos teria de se analisar se os votos deles são coerentes dentro de uma determinada ideologia

    Responder
    1. Ricardo Marino Autor do post

      Concordo, minha abordagem não respondeu ao argumento de meu amigo. Isso porque não tenho nem ferramentas nem base para argumentar ideologia. Como cientista, estou interessado no que posso medir, em extrair informações dos dados, fiz o que pude com o que tenho. Eu precisaria de uma base muito maior de dados para argumentar sobre tipos específicos de votações ideológicas e como os partidos se comportam nela, e infelizmente exatamente nas mais polêmicas o Senado deixa o voto secreto.

      Responder
    2. Chico Castro

      Está completamente explicito, na entrelinhas, NÃO EXISTE PARTIDO POLÍTICO NO BRASIL, e sim siglas partidárias, onde as pessoas ligadas a elas, vão para onde o sopro de seus interesses pessoais toma rumo. Ou seja, os partidos existem, legalmente e institucionalmente falando, porém não representam nada e ninguém, somente aos interesses de seus dirigentes e membros com mandatos eletivos e outros pouco privilegiados, que fazem do público algo privado.

      Responder
  50. Gabriel Tabatcheik

    Oi, Ricardo!

    Seu trabalho é realmente muito interessante!

    Sou jornalista e trabalho com dados, mas na nossa área não temos muita referência dos métodos de exatas na faculdade. O que conhecemos parte muito da prática e do talento individual com números de cada um.

    Mas vendo a sua análise, vejo que a Física e a Matemática tem ferramentas de trabalho bem interessantes e que também podem ser expostas ao público.

    Compartilho da suas observações quanto ao Basômetro do Estadão. Mas, como você disse, ele é bonito e muito bem feito, mas não mostra muita coisa. As análises que você colocou não são possíveis de serem feitas com o tipo de gráfico que eles disponibilizaram. Esse é um desafio do jornalismo de dados inclusive, como perguntar aos dados e que tipo de informação eles são capazes de dar para a gente.

    Quanto à oposição e situação, gostei também da sua proposta. Você não pegou todos os projetos votados e tentou analisar o que seria um projeto de governo e um projeto de oposição (coisa que um jornalista faria). Fez o mais prático e eficiente, qual seja, verificar se senadores de partidos diferentes votam conjuntamente. Isso é sensacional e vejo que um jornalista não seria capaz de traçar essa hipótese de trabalho – justamente por que não temos contato com essas técnicas de exatas.

    Gostaria de saber como você faz para produzir esses gráficos, se vocês utilizam algum programa de computador ou ferramenta online. Gostaria também de trocar informações com vocês para melhorar meu trabalho, aprender como usar esses métodos que, para nós do jornalismo, ainda são uma novidade.

    Abraços, muito obrigado!!

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  51. Guilherme Soares Zahn

    Oi Ricardo,

    antes de mais nada, parabéns! Esse seu estudo gerou algumas discussões bem mais fundamentadas do que o usual por aqui! E levantamos uma questão: será que seria possível fazer uma análise igual olhando as “bancadas virtuais” (ruralista, católica e evangélica são as que me vêm à mente)? Seria interessantíssimo ver se elas se portam majoritariamente como partidos…

    Responder
  52. Fabiano Viana

    Brilhante sua argumentação. Contra fatos não existem argumentos..
    Se nem os partidos são coerentes em relação a própria ideologia, o que dirá em relação ao governo.
    Ter uma direção é melhor que nenhuma e é isso que me preocupa. O PT, PSDB, PMDB, são opomesmos. Temos que mudar o modelo de poder, não quem está lá. Democracia direta digital é a solução mais premente.

    Um abraço!

    Responder
  53. Americo Bernardes

    Prezado Ricardo

    superinteressante sua análise. Há uns anos atrás comecei a trabalhar com essas coisas de redes e etc e tal. Publicamos uns artigos sobre eleições e o comportamento de votos. Minha sugestão é vocês – se já não o fizeram – submeter à PRE ou Physica A ou parecida esse trabalho. Façam você e Filipi, pois acredito que terá repercussão muito boa. abs e sucesso.

    Responder
    1. Ricardo Marino Autor do post

      Não é uma pergunta fácil. O PMDB parece um agregado de senadores aleatórios colocados em um mesmo partido, enquanto o PDT parece senadores que jamais estariam juntos colocados em uma mesma sigla partidária. Você decide qual desses comportamentos é mais incoerente.

      Responder
  54. Claudio

    Acabo de ler seu blog “todas as configurações possíveis” e achei ótimo.
    Acho que caminhos trilhados como o seu podem levar ao avanço de nosso pais.
    Acompanhei o levantamento que você indicou para o senador Aloysio. Achei excelente.
    Eu com alguma frequencia escrevo aos congressistas percebo que eles estão pouco se lixando pois sou apenas mais um e é impossível a sociedade fazer uma analise detalhas como a que você fez. Os despotas se escondem numa enormidade de políticos e é difícil escolhar um alvo para que nós da sociedade possamos com nosso estilingue individual afunda o navio do mandato.
    Segue um ponto para sua consideração.
    Acredito que deveríamos ter uma redução no número de congressistas em 1/3 ou pela metade, assim quem sair de lá saberá que dificilmente voltará. Quem quiser entrar terá que se esmerar muito para ganhar o voto.
    Já quem estiver lá terá acesso irrestrito a recursos e funcionários, portanto deverá oferecer 100% de transparência em seus atos.
    Como paralelo, deverá haver um mecanismo de “Ostracismo” assim se alguém for suficientemente ruim para provocar a ira da sociedade poderá ser destituido do parlamento antes do fim de seu mandato.
    Assim quem esta lá fará o impossível para permanecer lá.Quem estará fora fará o máximo para a entrar e a sociedade terá menos para olhar, assim poderá fiscalizar a todos.

    Ótimo trabalho, obrigado.

    Claudio Burattini

    Responder
  55. Felipe Silva

    Meus parabéns, é bem interessante a sua pesquisa, o texto dialoga de uma maneira bastante simples, e acrescenta dados interessantes sobre os rumos da política no Brasil, seria curioso acompanhar este estudo ao longo do tempo e observar, como vem se desenrolando a política brasileira e se podemos definir um padrão quando do domínio da máquina pública.

    Responder
  56. Bruno Faria

    Depois desse trabalho hercúleo, você pode dizer que tem opinião sobre política, já que o valor de uma opinião é proporcional ao esforço despendido para obtê-la. Você usou AHP? Já pensou em transformar esse post em um artigo científico?

    Responder
  57. Marcelo F C Gomes

    Muito interessante, che! Parabéns pelo trabalho. Cheguei nele através de um amigo que compartilhou teu texto no Facebook.
    Se me permites, tenho algumas sugestões a respeito da visualização das matrizes. Já que a ideia principal é mostrar a polarização entre correlação positiva e negativa, me parece que ficaria melhor de visualizar com estas paletas: https://github.com/jiffyclub/brewer2mpl/wiki/Diverging e manter a escala de cores sem transladar o zero, i.e., mantendo os extremos como [ – max( abs(x) ) , + max( abs(x) ) ] ao invés de [ min(x) , max(x) ]. Na paleta atual, o verde, por ex., chama tanto a atenção do leitor quanto os extremos azul e vermelho, porém não tem um significado relevante. Com uma paleta divergente como as do brewer, fica mais clara a polarização (quando existente) e permitira, neste caso particular, notar de cara que a correlação positiva é muito mais acentuada que a correlação negativa, sem precisar olhar para os valores da escala de cores.
    Abraços,
    Marcelo F C Gomes

    Responder
  58. Fernando Lenon

    Maravilhosa a análise.
    .
    Outro ponto levantado em discussões nível buteco é a qualidade da oposição entre PT e PSDB. Um estudo igual a esse para o período de 94 a 2002 seria uma luz no meio da escuridão!
    .
    Obrigado pelo seu tempo investido!

    Responder
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  60. Pingback: Votações no Senado 2012: Oposição não apenas é menor, é mais desunida e não vota de maneira coerente! PT mais coerente que PSDB! DEM é o mais do contra! PDT o mais incoerente! – Pensando, Escrevendo, Desenhando, Vivendo ...

  61. DANIELA

    Fantástico estudo!! Não tive a oportunidade de ler todos os comentários e, portanto, não sei se alguém já mencionou por aqui: tem um professor do departamento de economia da UnB que publica estudos econométricos relacionados a instituições, o Bernardo Mueller. Acredito que os artigos dele possam te ajudar muito em uma futura revisão de literatura nessa área!

    Mais uma vez, parabéns pelo trabalho!

    Responder
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  63. Ricardo Azarite

    Cara, achei seu artigo sensacional. MUITO bom!!

    A metodologia que você usou é bastante interessante. Uma pena que não tenha dados suficientes para fazer de todas as eleições no Congresso, seria MUITO esclarecedor.

    Comento aqui pra avisar que darei um copy paste nervoso no seu post para o meu blog. Os créditos estão lá, bem destacados. Você me permite?

    O post não está no ar porque subi um recentemente e quero dar um tempo até subir o seu, ok? Se quiser, te aviso aqui pra ver se está bom o modo como te dou os créditos.

    Abs!

    Responder
  64. João Pedro

    Muito legal sua pesquisa. Se quiser alguma ideia, sugiro que relacione o orçamento com o gasto real realizado pela União, Estados e Municípios. Se conseguir classificar os gastos em Educação, Saúde, etc ficaria sensacional. Tinha vontade de fazer isso, mas me falta tempo, acesso, conhecimento e tudo mais! O seu trabalho de coleta e análise foi excelente. Parabéns!

    Responder
  65. Martinho

    Ricardo,
    Antes, parabéns pelo trabalho.
    Apenas uma sugestão: caso de fato tenha interesse e disposição para aprofundar/ampliar a análise, solicite as informação ao Senado ou à Câmara por meio da Lei de Acesso à Informação. Assim, a solicitação pode demorar até 30 para ser atendida, mas será encaminha da forma que você solicitar, isto é, você pode elaborar uma planilha modelo e solicitar que a informação seja encaminhada conforme o modelo.
    É isso

    Responder
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  67. Marcos Aurélio Pereira

    À parte as conclusões, em cujo mérito não é fácil entrar, parabenizo a forma de exposição dos números e aduzo uma observação que faço aqui vez por outra: o PT é o primeiro grande partido brasileiro pós-redemocratização e o PMDB, o primeiro grande não-partido!

    Abraços.

    Responder
  68. João Neto

    Parabéns Ricardo! Continue com esse projeto. Uma sugestão: criar um gráfico desses para os votos na Câmara dos deputados federais, não só dos senadores, pois são mais numerosos e poderia ficar até mais completo o estudo.

    Responder
  69. Daniel Tamayo

    Cara, parabéns! Você merecia uma boa remuneração por esse trabalho, pago pelo Senado. Acho que nem eles se entendem, talvez uns gráficos coloridos ajudem nossos ilustres representantes, rs.
    Mais uma vez, excelente trabalho!

    Responder
  70. Philipe Mota

    Caro Ricardo Marino, achei mto interessante o seu levantamento e me dispus a repetí-lo. O primeiro problema foi o levantamento das votações. Para isso, desenvolvi um programa pra minerar automaticamente as votações do site do Senado. Com isso, posso levantar as votações nas legislaturas anteriores tb. Em relação à análise, discordei de usar o voto não-Sim e não-Não na estatística e estou testando formas diferentes. Ainda, um último problema técnico é a ordem da matrix de correlação, estou testando formas diferentes de ordená-la mas gostaria de saber como vc o fez. Por favor, se vc estiver interessado entre em contato comigo para que possamos estender o seu estudo para os outros anos do Senado e da Câmara e eventualmente publicar os resultados.
    Sou post-doc em física nuclear de altas energias formado pela UFRJ atualmente na Universidade de Frankfurt e minha namorada é doutoranda em ciências políticas pela UFMG e pela Universidade Autonoma de Barcelona (ela tb ficou mto interessada e terá idéias de como melhor apresentar os resultados).

    Responder
    1. Ricardo Marino Autor do post

      Olá Philipe. Usei como critério de ordenação o autovetor da matriz de correlação associado ao maior autovalor, o que chamamos de “componente principal”. Ele indica a direção e intensidade da maior variância das variáveis, o que acaba permitindo essa divisão em grandes grupos. Eu poderia ter usado os autovetores seguintes como “desempate” para depurar melhor as regiões de governo e oposição, criando uma ordenação mais sensata, mas senti não precisar, o resultado estava bom com essa simples primeira ordenada.

      Responder
  71. Pingback: A força de uma narrativa | Todas as configurações possíveis

  72. Rubimar

    Parabéns, Ricardo Marino!
    Tente publicar isso em uma revista da área, rapaz! Será o reconhecimento que você merece.
    E, se não for pedir demais, continue tratando a política estatisticamente. Essa é uma maneira de lidar com política que, infelizmente, ainda é pouco utilizada. Só cuidado com o viés!

    Abraço!

    Responder
  73. Nabuquim

    Genial esse trabalho! Seria interessante pegar cada votação e analisá-las à luz destes dados, ver em que temas ou momentos a oposição ou posição mais se unem ou desunem, fazer uma análise temporal, com mais anos e dados de votações e entender o comportamento dos indivíduos por traz das evidências.

    PS.: É interessante observar que os dados corroboram com o que se diz dos partidos brasileiros, PMDB é um partido fisiológico e existem milhões de nanicos vendendo seu apoio. Aposto que se pegar um ano dos governos FHC os resultados podem mudar bastante!

    Responder
  74. Guilherme

    Olá Ricardo,
    Gostei bastante do seu post sobre partidos políticos no Brasil (https://www.todasasconfiguracoes.com/2013/09/14/ha-partidos-politicos-no-brasil/) Você mencionou a dificuldade de se obter dados no site do congresso e eu posso dizer que compartilho da sua dor. Estou criando um site de concientização política (http://merepresenta.org). Como parte dele estou criando uma API pública que pode facilitar sua vida. A entrada dela é em http://merepresenta.org/api . Se você se interessar em usar os dados que ela disponibiliza para outras pesquisas, entre em contato comigo (deixei um recado na sua página do Facebook)
    Abraço,

    Responder
  75. Pingback: O Espectro político no Brasil (Parte 1) | Tartaruga Democrática

  76. Daniel França

    Parabéns pelo artigo, impecavelmente claro e conciso. Muito perspicaz de sua parte de ter notado a correlação entre o primeiro gráfico o bloco interno do PMDB.

    Com relação ao esquema resultante da releitura gráfica do Filipi Nascimento Silva, gostaria de deixar minha colaboração para o seu aperfeiçoamento visual. Sou daltônico, logo tive grande dificuldade para distinguir os pontos do gráfico apenas através das cores da legenda. Recomendaria, em caso de publicação, o uso de identificadores como “xis”, losangos, quadrados, asteriscos, etc.

    Sei que parece um ponto bastante irrelevante para se considerar, porém, visto o grande potencial deste trabalho, achei que seria válido deixar essa pequena contribuição.

    Responder
  77. Éden Amorim

    Belo trabalho. Tenho mostrada a meus alunos de Geometria Analítica e Álgebra Linear como exemplo de como ferramentas básica da matemática, como as matrizes de correlação, poder servir para análises mais precisas de questões sociais e políticas também – e não só restrita a ‘área de exatas’ =)

    Responder
  78. Pingback: A valsa dos partidos, de Collor a Dilma - Todas as configurações possíveis

  79. Fernando Teixeira

    Muito interessante! Gostaria de ver esse estudo feito com base na Câmara dos Deputados. Acho que o universo mais amplo de deputados poderia lastrear uma análise de mais partidos. O que acha?

    Responder
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  81. paulo roberto araujo

    Olá Ricardo. Pela ‘random walk”, parei aqui. Parabéns pelos Posts. Eles me incnetivaram a colocar em prática algo parecido com o comportamento das bancadas dos partidos no Rio de Janeiro. Obrigado, abs

    Responder
  82. Pingback: A Valsa dos Partidos | Ano Zero

  83. heltonbiker

    Oi, Ricardo, parabéns pelo post. Qual é o link com os dados brutos, aos quais tu te referes? Estão em algum repositório? Gostaria muito de usar esses dados para brincar, pois também uso Python, Matplotlib, Numpy, etc. Obrigado!

    Responder
  84. LARA JOANA HORONGOZO FRANCO

    Esse estudo revela a corrupção do PT, pois todos são “comprados”, ninguém expressa realmente o que pensa, mas o que o “líder” quer. Quero no Brasil pessoas corajosas governando, que não votam sob pressão, mas o que é melhor pro povo brasileiro.

    Responder
  85. Rodrigues

    Alguém aqui já deve ter dito isso (afinal, são quase 200 e eu não li todos), mas é possível que o próprio Senado, ou a Câmara, disponibilize a base de dados necessária para esse tipo de estudo.
    Parabéns pela metodologia

    Responder
    1. Ricardo Marino Autor do post

      Sim, depois desse post fui atrás com mais vontade e encontrei o banco de dados da câmara e do senado, ainda que longe do formato de que gostaria para ser útil. Nisso entra nosso trabalho, de tirar informações interessantes dessa montanha de dados.

      Responder
  86. Alessandra

    Colegas de trabalho me relembraram desse artigo, que tem ideias simples e legais!
    Se houver a (esperada) mudança de poder em 2015 ia ser legal demais poder refazer esse levantamento e comparar com esse trabalho!

    Parabéns de novo!

    Responder
  87. Pingback: Estatísticas da Câmara. Uma análise do cenário político brasileiro | Ensinando Máquinas

    1. Ricardo Marino Autor do post

      Não conhecia a plataforma, é bem interessante, e a estratégia deve ser a mesma. Esse post meu é de 2013, não sei se a plataforma existia na época, e a razão pela qual não pretendo repetir um estudo parecido é porque já existem diversos sites que fazem isso, e melhor. O Radar Parlamentar da Poli, por exemplo, contém um excelente acervo desse tipo de análise.

      Responder
  88. Nelson Dantas

    Talvez a dicotomia válida seja trabalho x capital e não governo x oposição para avaliar HISTÓRIA e coerência partidária o que poderia nos salvar da análise partidária/voto feita na base da MEMÓRIA. Partidos históricos são o PDT e, e…

    Responder

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