Arquivo mensais:janeiro 2012

Introdução

Geek Hardcore Rookie

Primeiro post, vamos ver no que isso vai dar.

Todo texto ou artigo começa com uma introdução, aquela parte que quase ninguém lê. Precisava ser justo e começar eu também nessa, explicando a que veio este blog.

Gosto de física e de matemática. Sou físico estatístico, terminando meu mestrado e caminhando para um doutorado, se os ventos permitirem. Muita coisa me fascina no que faço, sou desses apaixonados pela ciência, pelos resultados, pelo desafio e pelas pessoas que a fazem. Gosto de tanta coisa que esse blog ficaria injusto se focasse em um público, se fosse apenas divulgação ou apenas física avançada, então decidi criar três categorias e postar de acordo. A primeira, rookie, é para quem não viu mais ciência do que lhe foi martelado no colegial com musiquinhas e provas de raciocínio a lápis e resposta a caneta. A segunda, geek, é para os que se aventuraram a continuar, ou ainda estão neste treinamento, nas artes das exatas pelo ensino superior; penso em engenheiros, químicos ou estudantes de faculdade nessa categoria. A última, hardcore, é para os que concluíram o treinamento em física ou matemática, estão à vontade com epsilons e deltas, com bras e kets, com difeomorfismos e fibrados tangentes.

Não tenho tema específico, gosto de coisas bonitas na ciência. Sou físico estatístico, o que explica o título do blog; nessa área, estamos cansados de fazer o que chamamos de “soma sobre todas as configurações possíveis”, a base da definição de entropia e de algumas coisinhas mais. Claro, os posts podem acabar tendenciosos, mas não posso evitar, não posso escrever sobre super-cordas se não aprendi super-cordas, não me arrisco nas álgebras de Hopf se jamais me aventurei tanto na teoria das representações. Talvez mude de ideia, talvez Hopf me conquiste, não tenho compromissos com áreas ou gostos no que escrevo.

Vejamos no que estes textos vão dar. Meu único propósito é divertir quem lê, vocês, tentando compartilhar um trecho da beleza na ciência, que tanto é profanada nos impiedosos bloquinhos em plano inclinado de nosso ensino médio. Porque toda ciência começa como filosofia e termina como arte, sua beleza é difícil de deixar de perceber. Ela é, diferentemente de toda poesia, verdade, o que a reveste de um ar selvagem, belo e a ser desvendado. Mais bela que poemas, a ciência é a poesia da realidade, escrita no que somos e vemos, traduzida em matemática, um jogo de xadrez com o divino, em que temos como única missão entender as regras e jogar.